Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Antônio Fausto Neto 210 jectory of the virus in the social organization, offer intelligibility about its existence and manifestations, according to “grammars” and logics of different discursive practices. Attention is drawn to the effects of the interpenetration of different institutions in the fight against the virus, with the emergence of at least two types of discourses: one that calls for knowledge collaboration to fight the virus, and another that is based on a different logic, by ex- cluding discourses-in-cooperation, even the tentative interac- tions according to the demands of social actors and their logics. KEYWORDS: Covid-19. Circulation. Discourses in dispute. Effects of meaning. 1. Nota introdutória A primeira versão deste artigo contemplava uma dis- cussão sobre as transformações do discurso político, especial- mente falas do atual presidente desde sua alocução de posse a manifestações enunciadas ao longo dos primeiros 18 meses de governo. Enfatizávamos aspectos da midiatização do discurso político deslocando-se das injunções dos mass media enquanto “elos contato” entre sistemas políticos e a sociedade, para fun- cionar em novo “regime”, segundo dinâmicas das redes sociais. Tratava-se de uma problemática na qual práticas institucionais se contatavam através de protocolos interativos fundados em suas próprias fronteiras, através de ações comunicativas que se constituíam em processos de autopoiesis ; eles dependiam de in- terdiscursividades para circular no tecido social em torno das quais também se originavam as condições de produção e de dis- puta de sentidos. Seus produtos eram projetados na esfera da circulação de sentidos, num cenário típico de atividade simbóli- ca que se fazia em torno de mediações tecnossimbólicas. Nestes cenários de mediação, no qual os mass media funcionavam como uma espécie de “elo de contato” entre ins- tituições e atores sociais, recordamos o papel que eles tiveram na produção e circulação de sentidos sobre a AIDS, cuja inteli- gibilidade dependeu, em larga escala, do trabalho de operações midiáticas (FAUSTO NETO, 1999; VERÓN, 1993). Os meios ope- ravam como cooperadores do processo de gestão da vida socie-

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