Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Contribuição complementar à reflexão iniciada no Seminário sobre a midiatização 237 das mídias sociais e manifestações da radicaliza- ção violenta (mas isso pode ser estendido ao ci- ber-assédio e a notícias falsas, etc. BM) entre os jovens [...] Em vez de provocar comportamentos violentos ou ser a causa deles, a Internet e, mais precisamente, as mídias sociais desempenham o papel de intermediários no âmbito de processos maiores de radicalização violenta [...] na medida em que facilitam o acesso a conteúdos, contatos e comportamentos [...] A radicalização violenta [...] não pode ser reduzida ao acesso à Internet, mas envolve geralmente vários processos complexos, notadamente processos sociopsicológicos com- plexos e uma comunicação de pessoa a pessoa em relação a outros fatores: sentimentos de injustiça, exclusão, anomia, privação [...] (Alava, Frau-Meigs e Hassan, em colaboração com Hussein e Wei, 2018). Sem dúvida, uma revisão de estudos não pode ser co- locada no mesmo nível de uma pesquisa, com base em uma me- todologia adequada e reconhecida; mas, na atual agitação dos discursos de especialistas, tecnólogos e publicistas sobre a digi- talização da informação-comunicação, as conclusões deste estu- do internacional mereciam ser apresentadas. Portanto, é melhor manter uma certa distância e não co- locar “a cabeça no guidão 3 ” desde o início. Daí a minha insistência nas três afirmações seguintes (que podem, aliás, ser consideradas como teses), que me parece imprescindível levar em considera- ção, a partir do momento em que procuramos avaliar o que está em jogo na digitalização das sociedades contemporâneas, neste caso certas tendências que afetam, atualmente, a midiatização: 3 Nota da tradutora: A expressão é uma metáfora que corresponde à imagem de uma pessoa em pleno esforço, encurvada na bicicleta, que não consegue pensar em mais nada.

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