Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Andreas Hepp 24 research to that of the making of a deep mediatization. This is necessary because with deep mediatization new kinds of col- lectivities have become driving forces for change. Actors within pioneer communities such as the Quantified Self Movement, the Maker Movement and the Hacks/Hacker Movement are har- nessed as examples. KEYWORDS: Mediatization. Transformation. Media environ- ment. Datafication. Social movements. Pioneer communities. 1. Introdução A midiatização se refere a uma experiência que todos conhecem em seu dia a dia: as mídias (digitais) saturam, cada vez mais, os domínios da sociedade, os quais estão mudando com isso. Mais especificamente, a midiatização se refere à relação en- tre a transformação dos meios e da comunicação, de um lado, e da cultura e da sociedade, do outro (COULDRY; HEPP, 2013, p. 197). No que se refere à experiência cotidiana, pode-se dizer que a mi- diatização tem efeitos tanto quantitativos quanto qualitativos. As observações quantitativas se preocupam com a proliferação das mídias na sociedade. Isso pode ser medido temporalmente (os meios estavam disponíveis apenas em determinados horários do dia, e agora podem ser acessados 24 horas por dia), espacialmen- te (os meios, no passado, eram frequentemente estáticos, e agora estão acessíveis em mais lugares) e socialmente (nossas práticas sociais estão cada vez mais enredadas e aumentadas por uma variedade de mídias). Alguns estudiosos dos meios argumentam que essas transformações permeiam todos os domínios sociais, que os meios se tornaram tão difundidos que podemos falar da midiatização de tudo (LIVINGSTONE, 2009, p. 1). Uma análise qualitativa da midiatização concentra sua atenção, tanto empírica quanto teoricamente, nas consequências específicas da saturação da vida cotidiana pelas mídias e em que medida isso afeta a mu- dança social e cultural (para uma introdução geral, ver LUNDBY, 2014). Crucialmente, a pesquisa sobre midiatização não lida com os efeitos do conteúdo individual das mídias, mas sim com as ma- neiras pelas quais a sociedade e as práticas humanas são transfor- madas pela onipresença cada vez maior dos meios.

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