Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Entre meios: o lugar da midiatização 287 digital na construção do homem atual, que, sem ser antiquado, não pode se esquecer da sua antiguidade. Se considerarmos a Segunda Lei da Termodinâmica e sua irreversibilidade informacional, voltada para a produção de um conhecimento cada vez mais entrópico e inseguro, mas cada vez mais rico, nos vemos obrigados a considerar a tecnolo- gia que impregna nosso cotidiano como nossa realidade e com a qual é necessário operar. Não somos midiatizados, mas estamos em midiatização, e, nessa necessidade histórica do presente, é indispensável saber como midiatizamos. A midiatização não nos é predicada pela modernidade, ao contrário, exige ser pen- sada como aquilo que nos pertence e com a qual estamos em experiênc N ia e . sse sentido, a extraordinária atualidade do pensa- mento de Simondon o leva a conjecturar sobre a dúbia e dúplice relação entre homem e máquina: La cultura se comporta con el objeto técnico como el hombre con el extranjero cuando se deja llevar por la xenofobia primitiva. El misoneísmo orienta- do contra las máquinas no es tanto odio a lo nuevo como negación de la realidad ajena. Ahora bien, este extranjero todavía es humano, y la cultura completa es lo que permite descubrir al extranjero como humano. Del mismo modo, la máquina es el extranjero; el extranjero en el cual está encerra- do lo humano, desconocido, materializado, vuelto servil, pero mientras sigue siendo, sin embargo, lo humano. La mayor causa de alienación en el mun- do contemporáneo reside en este desconocimien- to de la máquina, que no es una alienación causa- da por la máquina, sino por el no-conocimiento de su naturaleza y de su esencia, por su ausencia del mundo de las significaciones, y por su omisión en la tabla de valores y de conceptos que forman par- te de la cultura (SIMONDON, 2007, p. 31-32). 7 7 “A cultura se comporta com o objeto técnico como o homem com o estrangeiro quando se deixa levar pela xenofobia primitiva. A aversão orientada contra as máquinas não é tanto por ódio contra o novo, mas negação da realidade desco- nhecida. Entretanto, esse estrangeiro é humano e a cultura completa é aquela que permite descobrir, no estrangeiro, o humano. Da mesma maneira, a máqui-

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