Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Lucrécia D’Alessio Ferrara 292 mandas específicas e assinale mudanças e alternâncias de per- curso investigativo, metodológico e cognitivo. Entretanto, é ne- cessário ponderar que, entre mídias e midiatização, tecnologia e comunicação, homem e máquina, apresenta-se uma conaturali- dade que confirma a tecnicidade como princípio característico da subjetivação contemporânea. As midialogias que estudaram os meios técnicos como instrumentos para uso de uma comunicação utilitária observa- ram polarizações conceituais que atendiam a demandas episte- mológicas das Teorias da Comunicação notadamente de massa, que, entretanto, e como indústria cultural, já apresentavam ca- racterísticas sociais e políticas distintas. Observar essas caracte- rísticas é fundamental para que se perceba a tensa articulação entre conceitos de comunicação que, à revelia da informação e sobretudo obedecendo a uma tendência linear-utilitária, estão presentes nas primeiras midialogias que desconheceram dife- renças entre matrizes conceituais e optaram por uma episte- mologia amparada na convicção da certeza investigativa. Desse modo, afastaram-se das possibilidades heurísticas que, conside- rando as bases fenomenológicas, mas superando-as, procuram, no contemporâneo, uma arché genealógica que pode dar origem a outros conceitos de comunicação ou a uma evolução desses conceitos atentos à estreita, mas tensa relação que se pode ob- servar entre comunicação e informação, entre tautologias de simples causalidade e as complexidades cognitivas interessadas na produção do conhecimento novo. Nessa densidade, é possível flagrar a relação nada evidente, mas profunda, que se estabelece entre meios técnicos e meios comunicativos e, sobretudo, insti- ga a saber que relação se estabelece entre meios, midialogias e midiatiza A çã tu o a . lmente, não é possível estudar meios, midialogias e midiatização como conceitos e epistemologias desvinculados, pois entre eles se estabelecem relações que os aproximam, em- bora se observem, em cada um, características específicas. Na realidade, levanta-se como hipótese admitir que a evolução das relações entre meios técnicos e comunicativos interferiu no modo e no sentido do que se pode entender por midialogias da comunicação e, sobretudo, perceber as consequências que aque- las relações estão construindo entre processos de midiatização

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