Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

José Luiz Braga 300 O artigo não se volta para toda a diversidade de situa- ções conflitivas que podem ser expressas por aqueles indicado - res interacionais de comportamento; limita-se a refletir sobre alguns mecanismos internos que caracterizam a polarização , as- sumindo que perceber as lógicas em ação, na especificidade de uma ocorrência, pode ampliar as chances de uma práxis voltada para enfrentar os riscos envolvidos. Certamente, nos episódios concretos, os mecanismos serão diversos – mas acreditamos que essa aproximação reflexiva pode ser uma heurística adequada para a investigação de específicos em sua diversidade empírica. * No espaço deste artigo não darei exemplos referidos a nossa atualidade. Não se trata de considerar que um texto reflexi - vo dispensa concretizações – mas temos exemplos cotidianos nos jornais diários e nos sites alternativos. Não é por outra razão que vemos o tema se tornar, quase de repente, uma questão que se impõe a todos – em nosso dia a dia, em nossos receios, perante o risco – mais que iminente, em curso – de esfacelamento de pro- cessos plurais e diversificadores que devem sustentar a comple - xidade de uma verdadeira cidadania. Nem por outra razão o III Seminário Internacional de Midiatização marca, com seu tema, a urgência de reflexões que devem ir além da postura recusadora do atual estado das coisas. Os exemplos estão disponíveis particu- larmente no Brasil, mas também em nível global – quando consi- deramos o avanço da extrema-direita emmuitos países, com suas estratégias de “pensamento único”, que divide as sociedades entre os que reforçam polarizações e os que são aí oprimidos. As presentes reflexões são baseadas em observação empírica, encontrada em jornais, emissões de televisão e con- sultas a circuitos de internet. Observação que, na circunstância, coincide ponto a ponto com a circulação informativa de atuali- dade recebida pelo cidadão, em seu dia a dia, reforçando a mi- diatização como arena em que se dão os embates. 2. Uma perspectiva comunicacional A perspectiva comunicacional não esvai os aspectos diversos dos processos sociais estudados pelas demais CHS. A

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