Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Jairo G. Ferreira 320 ções, num problema concreto ou abstrato, são essenciais para os resultados. Essas regras se constituem no algoritmo, embora haja autores (veremos na seção sobre as apropriações do campo da informática, a seguir) que chamam as operações de algorit- mos, também. As culturas são riquíssimas nessas referências. Mas, nas culturas, não há um algoritmo, e sim uma diversidade cada vez maior. Isso conduz a um problema: o que ocorre quando dois ou mais indivíduos estão em interação, com sistemas, sequên- cias e operações diversas? Sugerimos que nessas interações surgem objetos interessantes para a investigação antropológica, comunicacional e midiática. Os usos sociais desses meios materiais podem ser pri- vados, especializados ou públicos em diversos níveis (e, para a midiatização, são centrais os usos sociais no espaço público). Na medida em que a experiência mental é materializada em novos meios (o ferro, a pedra lascada, a cidade, a roda, entre outros), novos processos de produção e consumo desses meios são cons- tituídos, numa esfera que não se reduz ao que é cada um dos polos, mas deve ser objeto de investigação, na medida em que é outro o lugar (a circulação). Na retroação desses acessos, usos, práticas e apropriações sobre as interações sociais, configuram - -se muitas vezes novas relações sociais, na esfera da cultura, da economia e da política, mas especial e centralmente nos dire- cionamentos que a circulação agencia em cada uma dessas es- feras, incluindo-se aí novas experiências mentais, individual e socialmen A te m . aterialização das experiências mentais, sugere a perspectiva da midiatização, amplia a escala de existência do meio social realizado, que fica desterritorializada, ao mesmo tempo que conecta, em suas formas de diferenciação, inovação e integração social através da produção, consumo e circulação desse meio. Nesse processo de materialização da experiência mental, a materialização das formas de representações sociais do próprio algoritmo agencia processos ampliados. Acentua-se aí a nossa capacidade de escritura e registro do processo, insta- lando-se, com isso, a ampliação da escala de uso dessas regras, sempre que outros indivíduos da espécie estejam em busca de resultados idênticos ou aproximados.

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