Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Hipóteses sobre polarização, midiatização e algoritmos 329 meio, objeto e interpretante). O meio corresponde ao ícone; o objeto, ao índice; o interpretante, ao símbolo. O meio (e o ícone) é o primeiro; o objeto (o índice) é o segundo; o interpretante (o símbolo) é o terceiro. Esta formulação já está suficientemente divulgada. O ícone é, nesse sentido, o meio dos meios materiais (técnica e tecnologias) e imateriais (símbolos sociais). Conforme Bense (2000), toda interação comunicacio- nal é uma relação entre dois repertórios de signos, dos emis- sores e de receptores e/ou de interlocutores, como preferimos referir quando abordamos as relações em redes digitais. Esse repertório (BENSE, 2000) não é homogêneo. Na interação, há uma zona compartilhada de repertórios, a partir da qual se estabelece uma zona comum, que é tensionada pela zona de diferença O s. problema colocado por Bense é bem situado para nossa reflexão. Os repertórios não contêm signos homogêneos. Ela não fala de conteúdo. Fala de operações. São heterogêneos em termos de operações específicas: 1. geração de um signo, definida como sucessão de relações: meio -> objeto -> interpretante. Este é o signo ascendente: o primeiro, o segundo e o tercei- ro; o ícone, o índice e o símbolo; abdução, dedução e indução. 2. ao signo degenerado: interpretante -> objeto -> meio. 3. ao signo tético: interpretante (o terceiro) -> meio (o primeiro) -> os indícios (o segundo). Bense trata de afirmar que os repertórios são opera - ções semióticas que os interlocutores, nas posições de emisso- res, receptores ou de receptores produtivos, acionam quando em jogo determinado objeto. As interações, portanto, são ten- sionadas pelas operações. A heterogeneidade cognitiva aciona incertezas e indeterminações, com múltiplos posicionamentos diferenciais conforme as diversas operações possíveis em jogo. Nesse esquema, o mais abstrato sobre a circulação, a circulação demanda o estudo artesanal, de análise das operações (de signo) mobilizadas pelos interlocutores. Bense, entretanto, apresenta esquemas (três) possíveis que localizam o lugar do in-

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