Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Hipóteses sobre polarização, midiatização e algoritmos 333 Figura 1 – Imagem dos pregões no século passado Fonte: Economia .ig.com.br . Esta tribo, a dos mercado res de aç ões (chamados de in- vestidores por alguns ou especuladores, por outros), é, confor- me alguns parâmetros, diversa das tribos isoladas. Considera-se o mercado financeiro, especialmente em sua forma de bolsa de valores, o lugar de encontro de diversas tribos (incluindo atores vinculados a diversas instituições dos mercados econômicos – ramos, frações, setores, incluindo os estatais que aí atuam). A bolsa forma um sistema, complexo, em que algoritmos mentais e abduções dos mercadores de ações se articulam com algoritmos materiais diferenciados (desde os contábeis, passando pelos econômicos, até os normativos e prescritivos, etc.). As fortes ten- sões entre os mercadores são atenuadas pelas lógicas do sistema que os regula mutuamente, incluindo os processos de inovação, decorrente de abduções e relações de poder, em que o sistema se adapta, na resolução dos conflitos que emergem nas interações. Nunca foi assim nos mercados de ações e objetos econômicos. E nem sempre é assim. Dos piratas às guerras comerciais, as po- larizações nos mercados econômicos têm uma história que se confunde com a própria reconfiguração dos tempos, espaços e conexões entre as diversas tribos, estados e nações. Neste século, uma grande mudança ocorre na bolsa Bovespa 6 : 6 A Bovespa não é a única bolsa do Brasil. Mas, hoje, centraliza o mercado de ações.

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