Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

“Houve um tempo em que a grande pergunta era esta: o que amídia faz coma gente? Tantos deram respostas. Cada resposta convenceu por algum tempo. Depois, foi abandonada. Aí se mudou a pergunta: o que a gente faz com a mídia? Tudo parecia resolvido com essa inver- são. Foi uma época feliz. A recepção era mais forte do que a emissão. Sobreveio o cansaço, voltou a dúvida. Tentou-se uma terceira pergunta mais complexa e si- nuosa: o que a gente faz com o que a mídia faz com a gente? Já passou. Outras formulações são possíveis: o que a gente faz com a mediação? O que fazemos com a midiatização? Quem está no comando? Uma resposta possível é esta: todos. Ou ninguém. A borboleta cede lugar ao vírus. Antes, nos bons tempos, dizia-se que o bater de asas de uma borboleta na China repercutia em qualquer parte do mundo. A tese está confirmada. Sem a borboleta. E sem culpar os chineses pelas tragé- dias que a história nos oferece. Cada tempo com a sua tragédia e a sua agonia.” Juremir Machado da Silva

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