Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)
Midiatização, interações e práticas educacionais: um esboço a partir da sala de aula 47 Como recorda Hall (1996), trata-se de uma “negociação” na qual não há, de antemão, uma perspectiva única. Quando se fala em midiatização e educação, não se trata de pensar o “uso da tecnologia” em sala de aula, mas a readequação de uma práti- ca, a educação, em um outro ambiente. Nessa perspectiva de midiatização, a mídia não é o “cen- tro” nem o ponto principal – Ferreira (2010) recorda a necessi- dade de evitar o risco de uma redução à tecnologia. Como lembra Braga (2010), não é possível mais falar em centralidade da mí- dia, uma vez que ela está espalhada no tecido social; ao mesmo tempo, não se trata de estudar as práticas didático-pedagógicas na universidade por si só, o que talvez esteja mais próximo dos estudos de Educação, mas o cenário decorrente da articulação entre ambos. A figura 1 procura ilustrar esses elementos: Figura 1: Elementos possíveis de um processo de midiatização Fonte: Martino (2019). A perspectiva de “ambiente midiático” refere-se ao fato de que, na sociedade contemporânea, as práticas sociais estão conec- tadas, ainda que parcialmente, a diversos tipos de mídias eletrô- nicas responsáveis por sua intermediação. O meio não é apenas um canal técnico, mas tem uma linguagem específica, própria, e seu domínio é uma condição primeira para o sucesso de qualquer mensagem. Viver em um ambiente midiático é, entre outras coi- sas, estar em relação constante com os meios, mediando as práti- cas, vivências, experiências e ações. O ambiente midiático, na con- cepção de Meyrowitz (1993; 1999; 2000), émenos o conjunto dos
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