Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Midiatização e virtualidade nas ciências humanas: uma encruzilhada anunciada 73 ponto de vista da midiatização, muito especialmente nos casos da visibilidade e da circulação, os dispositivos comunicacionais respondem agora pela produção de “modalizações discursivas” centradas em “regimes de programação e controle” (AIDAR PRADO; PRATES, 2017, p. 7), que intensificam a valorização do eu como verdadeira mutação organizacional. Tais dispositivos ampliam, enfim, tanto os imperativos da fruição quanto a so - breposição dos nexos privados sobre os públicos, especialmen- te quando do resumo dos acontecimentos políticos a questões de gosto ou preferência pessoal. Daí a retração do espaço pú- blico alargado resultante não apenas de “interações saturadas de estímulo [e] pobres em encontros” (HABERMAS, 2015, p. 45), mas sobretudo de um verdadeiro mercado dos sentimen- tos, da intimidade como espetáculo, das múltiplas formas de exploração do valor-afeto (SODRÉ, 2006). Referências AIDAR PRADO, J. L.; PRATES, V. (org.). Sintoma e fantasia no ca- pitalismo comunicacional . São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2017. AGAMBEN, G. Che cosa resta? Rivista Quodlibet , Macerata, srl., 2017. AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Trad. Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009. AGAMBEN, G. Nudez . Trad. Davi Pessoa. Belo Horizonte: Autên- tica, 2014. BADIOU, A. Em busca do real perdido . Trad. Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017. BAUDRILLARD, J. Simulacros e simulação . Lisboa: Relógio D’Água, 1991. BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J-C.; PASSERON, J-C. Oficio de sociologo : metodologia da pesquisa na sociologia . 6. ed. Petropolis: Vozes, 2007. CHÂTELET, F. O pensamento de Hegel. 2. ed. Lisboa: Editorial Pre- sença, 1985.

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