Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Midiatização, sociedade e sentido: conceitos transversais 83 linguagem e circulação pertencem também ao “estoque conceitual” de disciplinas das ciên- cias sociais funcionalistas, que se debruçaram em torno de interrogações sobre fenômenos comunicacionais 9 . Nesse binômio, a circulação ocupa um lugar específico, muito embora tenha adquirido “uma dimensão problematizado- ra em um contexto” mais recente, o da “sociedade em vias de midiatização” 10 . Nesse sentido, a “circulação é concebida como uma região que trabalha segundo processos nos quais podem ser apresentadas marcas de sua atividade” 11 . Para Fausto Neto, o que caracterizaria a circulação no contexto da midiatização seria, de um lado, a sua condição de uma “estrutura que une”, ao produzir acoplamen- tos de práticas tecno-discursivas, aomesmo tempo em que as poria em movimento, constituindo-se em fonte assim como na dinâmica e no processo de uma nova complexidade comunicacional 12 . Na perspectiva assumida por Fausto Neto a respeito da circulação, vemos que estamos diante de um conceito que se torna importante para estudar e compreender, sistemicamente, a sociedade em vias de midiatização. 3.2. Processo interacional de referência Processo interacional de referência é um tema e um conceito caro a José Luiz Braga 13 . Para ele, a midiatização da so- ciedade envolve um terceiro elemento: a questão da resposta que completa o circuito. Em texto de 2006 14 , Braga entende a mi- Pedro Gilberto. 10 Perguntas para a produção de conhecimento em comunicação . São Leopoldo: Editora Unisinos, 2013. p. 43-62. 9 Ibidem, p. 43. 10 Ibidem, p. 46. 11 Ibidem, p. 47. 12 Ibidem, p. 49. 13 Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Uni- sinos e pesquisador da Linha de Pesquisa Midiatização e Processos Sociais. 14 Texto apresentada no Encontro da Compós.

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