Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações)

Pedro Gilberto Gomes 84 diatização como o conjunto de reformulações sociotecnológicas, onde os processos midiáticos se deslocam para a processualida- de interacional de referência. Sua reflexão parte daquilo que de - fine um processo interacional como hegemônico. Ele se propõe abordar a midiatização como processo interacional em marcha acelerada para se tornar o processo “de referência” 15 . Para ele, um processo interacional “de referência”, em de- terminado âmbito, dá o tom aos processos subsu- midos [...]. Assim, dentro da lógica da mediatiza- ção (sic), os processos sociais de interação media- tizada passam a incluir, a abranger os demais, que não desaparecem, mas se ajustam 16 . Nesse sentido, “processo interacional de referência” é uma perspectiva de organização da sociedade. Tais processos são os principais direcionadores na construção da realidade so- cial 17 . A sociedade constrói a realidade social através de proces- sos interacionais pelos quais os indivíduos e grupos e setores da sociedade se relacionam 18 . A compreensão explicitada por Braga coloca o processo interacional de referência como um conceito de extrema impor- tância para o estudo da midiatização, visto que ele, transversal- mente, perpassa a contemplação de cada meio na pesquisa so- bre os processos midiáticos. 3.3. Dispositivos Outro tema transversal que não pode ser ignorado no estudo da midiatização e dos processos midiáticos é a noção de dispositivos, inscrita no horizonte de pesquisa de Jairo Ferrei- ra 19 , que parte da concepção de que a circulação é abstrata. Sua concretização acontece mediante a análise dos dispositivos mi- diáticos. Estes não são nem meio nem mensagem. Jairo afirma 15 Cf. ibidem, p. 2. 16 Ibidem. 17 Cf. ibidem, p. 3. 18 Cf. ibidem. 19 Professor do mesmo Programa e da mesma Linha.

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