Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Heike Graf 134 rapidamente concordaram que ser marcado como ‘estrangeiro’ e trabalhar em redações alemãs pode ser uma tortura, que não conseguimos ter muitos assuntos aceitos. Somos subestimados ou erroneamente julgados e nunca podemos realmente jogar junto (Ohanwe e Aburakia, 2020). Pela necessidade de serem uma voz ouvida e de serem reconhecidos como jornalistas competentes, decidiram começar um podcast juntos. Ter experiência de trabalho jornalístico e conhecimen- to de como abordar questões de forma profissional potenciali- zou o ganho de reconhecimento na esfera pública, o que foi de grande vantagem. Além disso, suas conexões sociais não devem ser subestimadas, como Ohanwe aponta, sem rodeios: Se eu não fosse uma pessoa com esta trajetória na mídia bávara, nenhum de nós seria considerado como produtor de um programa de valor intelectual. E porque eu tive acesso a estes mundos e a estas pessoas e uma editora-chefe de um respeita- do jornal me segue no Twitter, então ele chama a atenção dela. Mas muitos outros podcasters e pro- dutos de pessoas que, como nós, vêm de áreas des- favorecidas socialmente, de classes mais baixas ou têm pais de origemmigrante e classe operária, que podem até fazer bom conteúdo, mas não têm este acesso como eu tenho devido à minha formação e minhas conexões... (Ohanwe, apud Krone, 2020). 3.1.1. Relacionamento com a audiência Uma força motriz para continuar a produzir episódios é sua relação com a audiência. Eles incentivam seus ouvintes a contribuírem ativamente com a produção, comentando, contan- do suas próprias histórias, etc. Também organizam eventos ao vivo para os quais convidam assinantes. Para promover o podcast e a si mesmos, eles são atuantes no Twitter, Facebook e Ins- tagram e frequentemente convidam seus ouvintes a doar e se- guir o programa, avaliar bem e fazer resenha dos episódios, bem

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