Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Heike Graf 138 um prenome com sonoridade espanhola é mais sexy do que um árabe, um dos convidados revela. Ao questionar as regras rígidas alemãs quanto a prenomes e sobrenomes, os apresentadores acusam a natureza inerente da lei por ser “unilateral... e, portanto, racista”. No final do episódio, levantam questões mais amplas, como “por que não é possível que todos os habitantes mudem de nome facilmente?”. Abordam-se também questões de identidade mais amplas, para além da burocracia implicada na alteração do próprio nome, como “por que não posso me chamar Hassan e ser alemão?” e o que significa, a longo prazo, quando o indivíduo ten- ta se adaptar, isto é, “quando se desfaz do seu nome, você abre mão de uma parte da sua identidade”. Com isso, os ouvintes ganham novas perspectivas para refletir, o que estimula ainda mais a comunicação em outras plataformas on-line, como Facebook e Instagram. 5.1.2. Estereótipos: “O racismo no futebol está profundamente enraizado” (4.12.20) Um evento atual dá o ensejo para abordar a questão do racismo nos esportes, especialmente no futebol, inclusive no jornalismo esportivo. Este episódio se origina de um programa esportivo da TV hegemônica que discute o desempenho dos jogadores de futebol. Quando se fez uma conexão entre o com- portamento agressivo e a origem étnica, neste caso em relação a jogadores de origem algeriana e marroquina, todos os participantes do talk show parecem concordar que os apresentadores do podcast deveriam se envolver em conversas mais profundas sobre atitudes racistas nos esportes e também sobre o racismo no jornalismo esportivo. Como convidados, havia dois jornalistas que abordaram essa questão em diversas ocasiões e contri- buíram com insights profundos de estudos jornalísticos e aca- dêmicos neste campo, mas também com experiências pessoais. Para tornar as coisas mais práticas para a audiência, eles mostram como são as atribuições racistas em programas de jornalismo esportivo, como, por exemplo, “jogadores brancos são sensatos e inteligentes” e “jogadores negros são bons corre- dores, mas cabeça-quente”. De acordo com os apresentadores, os jogadores negros são frequentemente reduzidos às suas vir-

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