Vozes pós-migrantes em tempos de hipervisibilidade 141 cialmente dentro das comunidades turca e árabe, que, segundo os apresentadores, é um assunto pouco discutido e precisa, por- tanto, de escrutínio adicional. Apesar da negação do lado mu- çulmano não negro, os participantes demonstram que o racismo contra pessoas negras por parte dos muçulmanos com origens no Oriente Médio é relativamente disseminado e não chega a ser objeto de reflexão. Os apresentadores perguntam de onde este tipo de racismo vem e concluem que é importado do Oriente Próximo e Médio, o qual tem uma longa tradição de racismo contra negros. Eles dão insights sobre a história do comércio de escravos, especialmente do comércio árabe-muçulmano, e a audiência é informada de que ele durou mais de 1.300 anos e foi muito maior do que o comércio transatlântico de escravos. Também dão exemplos do racismo contra pessoas negras profundamente enraizado no Oriente Médio de hoje. Juntamente com as convidadas, eles compartilham suas experiências chocantes ao visi- tarem o Cape Coast Castle (Castelo da Costa do Cabo) de Gana, onde os escravos eram aprisionados antes de serem embarcados em navios. Na sua crítica, as participantes também incluem a co- munidade negra, que não está livre do preconceito e dos estereótipos direcionados a seu “próprio” povo com base em dife- rentes tons de cor de pele negra, o que se chama de “colorismo”. O público fica sabendo desta forma de preconceito em que as pessoas são tratadas de forma diferente com base em signifi- cados ligados aos diferentes tons de pele. Os tons de pele mais claros são considerados mais bonitos e valiosos e, por isso, essas pessoas são tratadas de forma mais favorável do que aquelas com uma tonalidade mais escura. Comeste episódio, os apresentadores contestamo ponto de vista de que o racismo seria somente um problema para os brancos nos E.U.A. e propõem que o racismo contra negros é um problema global. Parafraseando o movimento “Black Lives Matter”, eles afirmam, por exemplo, que as vidas dos negros tur- cos importam, assim como as vidas de pessoas com diferentes tons de pele. Finalmente, convidam a audiência a discutir mais a questão e fornecem links para mais informações sobre escravi- dão e racismo entre as comunidades negra e muçulmana.
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