Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Das semânticas compartilhadas às escavações do que opera, conversa e nos transforma 19 código, circulação e des-circulação (Aline Dalmolin). Neste livro, o capítulo de Göran Bolin é um trabalho de interlocução em tor- no destes eixos (signo e circulação), ou ainda de referenciação (como em Dalmolin, quando aciona pensamento de Braga para formular suas reflexões). Esta aproximação, ainda embrionária, é uma boa conquista dos Seminários Midiatização. Por outro lado, se a reflexão sobre os meios, instituições e atores é forte em perspectivas do Norte, também está presente nas abordagens do Sul (ver, por exemplo, modelo de Verón, 1997). Ao contrário das semânticas signo, semiótica, semiologia, discurso e circulação, pontos de diferenciação, meios, instituições e atores são aproximativos. Não por acaso, a semântica tecnologia está presente quase consensualmente nas relações, em relação com o concei- to de meios e instituições ou não, reportando-se à sociotécnica (Bernard Miège, Ada Silveira e Isabel Löfgren), bem mais do que à semiotécnica (como aparece em Jairo Ferreira). A semântica instituição, presente nos modelos de Verón, aparece forte na ela- boração de Fausto Neto. Talvez o seminário se ressinta da ausência de representantes institucionalistas “puros”, visando emular a conversação. Ou seja, é outro operador que talvez possa ser explorado nas interlocuções entre correntes do Norte e do Sul, pois está nas obras do Seminário Midiatização. Mas é incompleto afirmar que o Sul se reduz à pers- pectiva de Verón, quando pensa a construção da linhagem em midiatização. Este livro expressa isso através inclusive de dois operadores importantes: ambiente e comunicação. Ambiente é o foco do trabalho de pesquisa de Pedro Gilberto Gomes e deve ser visto em sua potência pela interlocução com a abordagem socioconstrutivista (o termo é objeto de reflexão também no ca- pítulo de Göran Bolin) e é transversal à maioria dos capítulos deste livr O o. Sul é também espaço de questionamentos aos limites e potencialidades da linhagem, especialmente quando se discute o que é comunicação. A palavra comunicação é comum nos escritos em comunicação, e isso é evidente também aqui. Mas o termo é objeto de reflexões específicas neste livro, representando característica forte no Brasil (nos capítulos de José Luiz

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