Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

A problematização teórico-metodológica nas pesquisas de circulação e plataformas 201 decisões foram sendo tomadas com a pesquisa em curso. Como exemplo, tomo alguns aspectos relativos a duas pesquisas con- sideradas ímpares no que tange à necessidade de observação mais apurada, de idas e vindas entre o teórico e o empírico, do tensionamento entre dados qualitativos e quantitativos. Esses dois casos dão pistas, a partir de uma aborda- gem micro, para problemáticas mais macro do ponto de vista da Comunicação, como o desafio de lidar com uma infinidade de discursos em circulação. Essa oferta discursiva nos faz pensar sobre como é preciso tentar cruzar informações e dados mesmo após a delimitação de nossos objetos, a seleção de um corpus de análise e a determinação de que estamos olhando para um fenômeno micro. Esse texto foi construído também a partir de diálogo com meus colegas Heike Graf, Mario Carlón e Antonio Fausto Neto da mesa “Plataformas, sistemas e circulação” no V Seminário Internacional4. São colegas pesquisadores com quem tenho dialogado nos últimos anos e que repercutem na minha produ- ção acadêmica. A fala foi transformada em texto que contempla as seguintes partes: uma breve discussão sobre conceitos como os de complexidade, observação, dados, plataformas, midiatiza- ção e circulação. Como o foco está no relato de experimentações e desafios metodológicos, a segunda parte é mais extensa. Como dito, o foco do artigo está na necessidade de problematização metodológica no desenvolvimento de pesquisas no âmbito da Comunicação que tratam de debruçar-se sobre dados, concebi- dos como matérias significantes. 4 Foi desafiante falar ao lado de pesquisadores que conheço em distintas tempo- ralidades: Fausto – de quem tive o privilégio de ser orientanda de Mestrado e de Doutorado e de ser sua parceira no Ciseco; Mario, que conheci há mais de 10 anos, dialogando sobre os desafios da midiatização desde as primeiras edições do Ciseco; e Heike, que tive o prazer de conhecer através do projeto Capes/Stint e com quem pude trocar ideias sobre as perspectivas de Luhmann e de Verón acerca da complexidade e da circulação.

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