Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Das semânticas compartilhadas às escavações do que opera, conversa e nos transforma 21 Essa parte começa com aquelas que caracterizam o próprio campo midiático (Miège e Kiriya) em suas conexões com o capitalismo. Miège e Kiriya atualizam reflexões para a compreensão de que as plataformas, algoritmos e inteligência artificial são fenômenos contemporâneos indissociáveis do ca- pitalismo, da historicidade dos meios, com suas configurações desdobradas no campo midiático. Kiriya desdobra essa perspectiva de forma convergente com a interessante reflexão sobre a comoditização do jornalismo. Os capítulos de Ada Silveira e Ali- ne Dalmolin compartilham o conceito de semiosfera como conceito de passagem para pensar a midiatização, em interface com os conceitos de circulação e circuito de Fausto Neto e Braga. Os textos de Isabel Löfgren e Heike Graf partem de referências europeias, com utilização reiterada da semântica meios, em suas reflexões, para a compreensão de conflitos culturais contempo- râneos. O capítulo de Pedro Gilberto Gomes encerra esta parte do livro em que a midiatização é pensada com ponderações so- bre a tecnologia e os meios, para pensar um fenômeno cultural central no contemporâneo – a religião. Na segunda parte (Midiatização, Circulação e Comu- nicação), a problematização desta relação – processos sociais e processos midiáticos – permanece, mas as abordagens epistemológicas e metodológicas sugeridas se fazem em afirmativas ou questionamentos e reflexões mais sistemáticas sobre a circu- lação como objeto interposto para a compreensão disso, quando se investigam as plataformas, algoritmos e a inteligência artifi- cial. Ela começa com o aprofundado texto de Fausto Neto sobre a circulação a partir da corrente inaugurada por Eliseo Verón, no qual faz questionamentos produtivos para pensarmos as plata- formas para além das propensões funcionalistas atualizadas em muitos estudos atuais. Os trabalhos metodológicos de Viviane Borelli e Ana Paula da Rosa complementam essa perspectiva. Jairo Ferreira atualiza suas elaborações sobre midiatização e plataformas em diálogo com as correntes do Sul acentuando a discussão da semiose a partir do conceito de lógicas em Peirce. Duas díades finais acrescentam qualidade a esta parte. Uma, o diálogo em desenvolvimento entre Göran Bolin e Mario Carlón, portanto entre perspectivas socioconstrutivistas do Norte e a semioantropológica, de forma explicitada nos textos. Encerra-

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