Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Ana Paula da Rosa 222 Cena 2: um jovem casal e seus dois filhos (Figura 02) vivem as mais diversas aventuras apresentando uma casa reple- ta de gadgets, de aparatos para escolher a roupa, o penteado, preparar o café. Uma empregada doméstica robô, parte da famí- lia, organiza o cotidiano, sentindo suas dores e alegrias. Discos voadores, celulares com imagem, teletransporte, cachorro-robô, apertar botões como atividade de trabalho. Tudo isso marca o cotidiano de uma família feliz do futuro. Figura 02 – Imagem de divulgação do desenho animado As duas cenas são entretenimento. A primeira, enredo de inúmeros filmes e séries. A segunda, um desenho animado dos anos 80. Em comum, ambas personificam imaginários so- ciais potencializados por meio de imaginários midiáticos. Os nomes podem ser muitos: Matrix, Ex-Machina, Black Mirror, Os Jetsons, Transcendence, obras do artista Kazuo Ishiguro, entre outros. Cena 3: o ano é 2022, o sujeito vive num mundo pós- -pandêmico. Sentado em seu escritório (home office), conecta- do em um computador, realiza seu trabalho pelo Teams, Meet e Zoom, enquanto conversa com o colega via aplicativo de mensagem em seu smartphone, ao mesmo tempo que monitora a fi- lha, no quarto ao lado, pela babá eletrônica. Pede para a Alexa (assistente eletrônica) já acender as luzes da sala e ligar o forno para o jantar. Entre uma coisa e outra, recebe um alerta de con- tas a pagar pelo aplicativo do banco, o qual só opera mediante a

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