Göran Bolin 298 meios de comunicação de massa, incluindo suas iterações em plataformas online na internet. Uma segunda abordagem, também relativamente di- fundida, é a social-construtivista. Os pesquisadores que adotam esta abordagem têm muitas vezes uma perspectiva temporal mais longa, começando desde os primórdios da civilização e dali em diante. Isto também significa que incluem todos os tipos de tecnologias de comunicação e não apenas os meios de comunicação de massa. As tecnologias midiáticas são, antes, vis- tas como parte intrínseca do ambiente e sempre fizeram parte da sociedade, tendo sido, de fato, parte constituinte dela. Esta abordagem centra-se menos em explicações causais, e mais nas formas como as tecnologias midiáticas são integradas no processo social. Significa, portanto, uma abordagem mais ma- cro-orientada. Friedrich Krotz (2007), por exemplo, concebe a midiatização como uma força macrossocial no mesmo nível de outros processos como a globalização, a individualização, etc., enquanto Andreas Hepp (2012) descreve o impacto social dos meios de comunicação em termos de uma força de moldagem. Embora esta abordagem seja atraente como modelo teórico, é difícil de operacionalizar. Enquanto a abordagem institucional consegue contextualizar e analisar as relações entre duas instituições sociais – por exemplo, o jornalismo e a política durante uma eleição nacional específica –, a abordagem social-constru- tivista não é tão fácil de estudar empiricamente, sobretudo ao longo do tempo. Além destas duas abordagens dominantes, há uma ter- ceira abordagem que gostaria de chamar de tecnossemiótica (Bolin, 2024). Esta é uma abordagem que surgiu da teoria dos meios de Marshall McLuhan (1964), mas também dos escritos de Walter Benjamin (1936/1977) sobre tecnologias de reprodução mecânica. É formulada pela primeira vez no início da década de 1970 por Jean Baudrillard, no seu bastante citado artigo “Re- quiem pour les media” (Baudrillard, 1971), em que discute “l’information mediatisée” em relação aos meios de comunicação de massa e a sua incapacidade de se envolverem em comunicação recíproca. Os meios de comunicação, sobretudo a televisão, que era a nova mídia na época, estavam, na opinião de Baudrillard, “fabricando a não comunicação”. Esta conclusão é tirada tendo
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