Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Göran Bolin 300 apenas fizeram as perguntas às quais ela respondeu. A realidade foi analisada em elementos sim- ples que foram recompostos em cenários de opo- sições estáveis, assim como o fotógrafo impõe seus próprios contrastes, iluminação e ângulos ao seu objeto [...]. Assim testada, a realidade testa você de acordo com o mesmo cartão de pontuação, e você o decodifica seguindo o mesmo código, inscrito em cada mensagem e objeto como um código genético em miniatura (Baudrillard, 1976/1993, p. 63). Assim, tal como toda mediação significa um enqua- dramento da realidade social a partir de um ângulo específico, propositalmente ou não, isso significa que toda comunicação é, em certo sentido, enviesada. Além disso, esta abordagem ten- de a atribuir uma relação causal entre os meios de comunicação social enquanto tecnologias e sistemas de signos e a sociedade, e, tanto quanto a abordagem institucional, focaliza os meios de comunicação de massa a partir de meados do século XX. E tal como a abordagem institucional, a abordagem tecnossemiótica se situa no nível meso de análise. Na Tabela 1 abaixo, estão resumidas as principais características dos três diferentes tipos de abordagens da mediatização. Tabela 1. Três abordagens diferentes da midiatização Institucional Social- construtivista Tecnossemiótica Mídias como instituições (e.g., jornalismo), ou organizações (e.g., BBC) ambiente tecnologias, sistemas de signos Perspectiva temporal + ou – 1950 em diante Primórdios da civilização + ou – 1950 em diante Epistemologia causal imanente causal Nível de análise meso macro meso O nível macro da análise na abordagem social-construtivista significa que, de certo modo, ela inclui a abordagem ins-

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