Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Göran Bolin 302 (Marcondes, 2022) como uma primeira fase do processo de midiatização. Isto também significa que se evitam a miopia e as di- mensões centradas nos meios de comunicação de massa da abor- dagem baudrillardiana (bem como a sua visão distópica sobre as possibilidades de troca comunicativa). Há, no entanto, uma diferença na terminologia que preci- sa ser abordada aqui. O que na Europa é chamado de abordagem social-construtivista, Eliseo Verón (2014a) chama de abordagem antropológica. Mas a abordagem social-construtivista na Europa coloca osmeios de comunicação social, e a abordagemde Verón coloca o “processo midiático” dentro da sociedade, integrados como uma característica imanente ao tecido social da atividade humana. Isto também significa que a questão da causalidade, que deixa a sua marca tão claramente na abordagem institucional em que as instituições midiáticas (por exemplo, o jornalismo) impactam ou- tras instituições sociais (por exemplo, a política), torna-se, se não irrelevante, pelo menos minimizada. E temos também a diferença entre a perspectiva histórica mais longa, a partir dos primórdios da humanidade, e as abordagens institucionais e tecnológicas europeias que situamo processo demidiatização na segundametade do século V X e X ró . n desenvolveu a sua abordagem da midiatização muito antes da abordagem institucional agora dominante, tal como se desenvolveu na Europa. Já na década de 1980 publicou seus primeiros textos sobre o tema (por exemplo, Verón, 1984), culminando em uma de suas últimas publicações na grande coleção de pesquisadores de midiatização de Knut Lundby (2014), em que representou uma abordagem latino-americana da teoria (Verón, 2014b). Naturalmente, Verón desenvolveu o seu pensamento so- bre o papel das mídias na sociedade ao longo dos anos, mas a sua abordagem foi sempre holística e profundamente histórica. Uma abordagem especificamente interessante da mi- diatização, ou “hipermidiatização”, está representada no trabalho do pesquisador argentino Mario Carlón. Ele enfatiza, em diversas publicações, a circulação de signos entre diferentes tecnologias de mídia, desde mídias de nicho (ou mídias sociais) até as mídias de massa, e vice-versa. Existem vários projetos mais amplos em que esta teorização foi testada empiricamente, por exemplo, no livro Circulación d l sentido y construcción de colectivos: En una

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz