Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Perspectivas e questionamentos sobre o advento das plataformas culturais e de informação 31 vezes difícil de aplicar, mas que deve, não obstante, ajudar a posicionar as conclusões alcançadas. Portanto, é apropriado ter cautela em relação às rei- vindicações de universalidade dos fenômenos considerados; as lógicas sociais da comunicação, que emergem da investigação e da análise, permanecem situadas. Estes três princípios metodológicos (tendo em conta as temporalidades; a teorização de médio alcance; e a multidimen- sionalidade das abordagens) devem ser mantidos quais- quer que sejam os fenômenos infocomunicacionais considera- dos. Na maioria das vezes, é necessário “mexer” nas abordagens adaptadas a cada tempo, às questões analisadas, embora seja relevante utilizar sempre princípios metodológicos comuns ou semelhan U te m s. exemplo: a cobertura mediática da crise sanitária global que ainda vivemos. Se levarmos em conta o proposto, sob diferentes ângulos de análise (o que é demonstrado pelos tra- balhos a seu respeito que apenas começam a ser publicados), é interessante “aplicar-lhe” os princípios mencionados acima. Da minha parte, durante uma conferência organizada emMadrid no final de 2022, isto levou-me a destacar os seguintes desenvolvi- mentos (Miège, 2022): • A preeminência e mesmo onipresença da comuni- cação política; • Confusão constante no discurso público entre o espaço científico e o espaço sanitário; • E, como esperado, o apelo à quantificação apoiada em dados na gestão de crises, que reforçou o apoio ao desenvolvimento de plataformas. É neste último e decisivo aspecto que devemos agora nos concen- trar, mas desta vez no que diz respeito às indústrias culturais e de informação. 3. Plataforma, um conceito a ser discutido e ainda a ser caracterizado É por isso que é importante ter cautela em relação às reivindicações de universalidade dos fenômenos considerados;

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