Comunicação e midiatização entre deuses e homens 315 ce and the environments created by technological innovation” (McLuhan,1988, p. 98). Conforme a citação, toda tecnologia é uma prática de- corrente de uma expertise e constrói a arquitetura de um poder, capaz de congregar aqueles que dominam as táticas e estraté- gias do dispositivo midiático, que estabelece o território de um saber. O domínio desse saber é um poder. A tecnologia escreve uma teoria do poder estabelecida como conjunto sistêmico de práticas localizadas nas estratégias científicas da modernida- de. Nesse sentido, a informação consiste em dominar táticas e funcionamentos sistêmicos de um dispositivo tecnológico: entre tecnologias, estratégias e táticas se desenvolve um poder, con- forme leis de um dispositivo que exige um saber. 4. Saber/poder Os meios impõem saber traduzir aquilo que sabemos de um meio para outros meios. Tal foi a estratégia da passagem da mecânica para os meios elétricos, assim como a imprensa exigiu a invenção dos tipos móveis. Mais do que transmitir informação, os meios exigem novo aprendizado, novo letramento, nova alfa- betização, um novo saber para outro poder. Essa é a proposta dos novos meios digitais de comunicação: exige-se a aprendizagem de novas táticas e estratégias. Outro dispositivo de poder con- centrado em um saber que encontra, na organização modular, na automatização, na variabilidade e na transcodificação, as táticas adequadas para gerar uma nova estratégia do saber como poder: Más bien cabe pensar que, igual que la imprenta en el siglo XIV y la fotografía en el XIX tuvieran un impacto revolucionario sobre el desarrollo de la sociedad y la cultura modernas, hoy nos encontramos en medio de una nueva revolución mediática que supone el desplazamiento de toda la cultura hacia formas de producción, distribución y comunicación mediatizadas por el ordenador. Es casi indiscutible que esta nueva revolución es más pro- funda que las anteriores, y que sólo nos estamos empezando a dar cuenta de sus efectos iniciales (Manovich, 2006, p. 64).
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz