Comunicação e midiatização entre deuses e homens 325 ria, mas é, sobretudo, um oxímoro que, como espetáculo, parece oferecer o máximo de possibilidades, dentro de rígido programa tecnológico: tudo se oferece, dentro de condições estabelecidas, tudo parece conceder, dentro de um letramento submisso enquanto conhecimento técnico e economia de acesso possível ao próprio equipamento técnico. Essa imunização se refere a um dispositivo feito para capturar e controlar. Para romper essa estranha imunização, resta a capa- cidade de midiatizar para saber interagir com a midiatização de plataformas e algoritmos. Intensifica-se o paradigma imunitário, não para fazer-nos deuses entre os homens, mas para ser possível mediatizar em comunidade, para sermos humanos, muito humanos. Desse modo e através da própria circulação da midiatização, intensifica-se o paradigma imunitário: vive-se a alteridade e recupera-se a raiz etimológica da própria palavra comunicação. Referências AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009. AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: O poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010. BOLTER, Jay David; GRUSIB, Richard. Remediation: Understan- ding New Media. Cambridge: MIT, 2000. ESPINOSA, Baruch. São Paulo: Abril Cultural, 1973. ESPOSITO, Roberto. Inmunitas: protección y negación de la vida. Buenos Aires: Amorrortu, 2005. ESPOSITO, Roberto. Bíos: biopolítica y filosofía. Buenos Aires: Amorrortu, 2006. FORSMAN, Michael. A criação de uma mentalidade crítica: Os estudantes de mídia em tempo de midiatização profunda. IV Seminário de Midiatização e Processos Sociais. Unisi- nos, São Leopoldo/RS, 2020. FOUCAULT, Michel. Estratégia, poder-saber. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz