Plataformas, algoritmos e IA: questões e hipóteses na perspectiva da midiatização

Algoritmo digital interacional 345 dimento das empresas e setores públicos contratantes, dos que controlam o desenvolvimento dos algoritmos, mas também para o atendimento de objetivos democráticos, socialmente criativos, igualitários e respeitadores da diversidade social. Entendemos que tais aspectos (entre outros) fazem parte – ou devem fazer parte – de uma ética profissional assumida pelos desenvolvedo- res de algoritmos. Regulações n rmativas. Uma das reivindicações mais explícitas no ambiente social diz respeito à necessidade de trans- parência sobre as lógicas operacionais, os objetivos, o tratamento de dados (e tipo de dados captados), os critérios seletivos, as estratégias e alvos na constituição de públicos dos algoritmos. Tal transparência implica uma regulação jurídica que faça os algoritmos ingressarem na sociedade e na cultura, de modo expresso, por atendimento de normas verificáveis. Através de tal transparência, torna-se viável um controle das atividades no que se refere à legitimidade de processos, à veracidade das proposições, à responsabilização por consequências – e tudo o mais que, nas atividades sociais, possa implicar desvios jurídicos – civis, criminais ou referentes ao respeito democrático. Uma parte dessa regulação pode ser autocontrolada pelos desenvolvedores, empresas e setores sociais participantes da ação algorítmica – mas sobre esta, é preciso um sistema de normas jurídicas legisladas e, portanto, submetidas a lógicas do Estado de Direito, fazendo os padrões interacionais dos algoritmos se harmonizarem com o âmbito cultural em que ingressam e sobre o qual atuam. Atividades acadêmicas de pesquisa. Tais atividades são relevantes para a questão em pauta, particularmente no que se refere a processos comunicacionais gerativos na sociedade, para uma percepção das variações de estratégias sobre questões delicadas ou proativas do mundo da vida, para a apreensão de critérios seletivos segundo os quais os algoritmos automatizam a realidade social e para uma compreensão das possibilidades culturais de acolhimento significativo das affordances viabiliza- das por algoritmos. Tais focos de pesquisa podem ser investigados, seja em perspectiva de cibercultura, por ângulo socioantropológico ou neomaterialista e, com particular interesse, por integração de

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