Perspectivas e questionamentos sobre o advento das plataformas culturais e de informação 37 TV trazem, respectivamente, a música e o cinema camaronês e africano para o cenário internacio- nal. Todas estas plataformas tentam construir uma nova perspectiva sobre o continente através da promoção da rica diversidade cultural africana (Tatchim, 2022, texto não publicado). Acrescentemos que estas PF interessam tanto aos ex- patriados como aos locais; é uma condição de sua viabilidade. *** Durante mais de um século, os produtos culturais e informativos resultaram do “encontro”, muitas vezes competitivo e, portanto, conflituoso, mas em última análise mais ou menos negociado, entre estratégias de atores cujos interesses estão longe de ser sempre convergentes: nomeadamente, 1. as estratégias das principais indústrias de comuni- cação, agora ultrapassadas pelos promotores das grandes plataformas digitais; 2. as estratégias de difusores, produtores ou editores de conteúdos e, posteriormente, as contribuições de artistas, intelectuais e especialistas em informa- ção, para a concepção ou criação desses mesmos conteúdos; 3. tendências estruturantes nas práticas culturais e informacionais e, particularmente, na expansão do consumo comercial; 4. o que é produzido pelas mudanças e inovações téc- nicas e, em particular, pelos usos resultantes dos meios técnicos; e 5. as atividades de recepção, apropriação e reinter- pretação de conteúdo pelos destinatários, ou seja, consumidores. Este esquema poderia ser apresentado de uma forma mais fundamentada, mas essencialmente esclarece as mudanças em curso na cobertura mediática dos fenômenos infoculturais e continua relevante mesmo que se tenha tornado mais complexo. Muitos (por exemplo, entre ideólogos digitais ou especialistas em
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