Ilya Kiriya 44 a confiança nelas ao oferecer conselhos, implementar procedimentos de checagem automática de fatos e assim por diante. 2. Revisão teórica A interação entre a comunicação interpessoal, a comu- nicação midiatizada e os mass media, desde meados do século XX, esteve no centro dos estudos de comunicação e dos estudos de história da mídia. Conceitualmente, podemos tomar como base o modelo de John Thompson (Thompson, 1995) (Tabela 1), distinguindo entre interações não midiatizadas (interações interpessoais), interações midiatizadas e “quase-interações” midiatizadas. Se o primeiro tipo se refere à interação dirigida a uma pessoa em particular no mesmo espaço/tempo, o segundo lida com a que se dirige a uma pessoa específica que está sepa- rada no espaço/tempo. Finalmente, a “quase-interação” tem a ver com a disseminação de informações para um grupo indefinido de pessoas separadas no espaço/tempo e se refere ao que chamamos de comunicação de massa. E essa interação é “quase” porque, aqui, há uma enorme assimetria entre o emissor e o receptor da informação. Tabela 1: Modelo de interações de J. Thompson Tipo de interação Interação interpessoal Interação midiatizada Quase-interação midiatizada Descrição Dirigida a pessoa(s) específica(s) no mesmo espaço e tempo Dirigida a uma pessoa específica desconectada no espaço e/ou tempo Dirigida a um grupo indefinido de pessoas desconectadas no espaço e/ou tempo Exemplo Fala Telefone celular Jornal O papel do relacionamento interpessoal em disseminar e interpretar mensagens dos meios de comunicação de massa foi salientado, em meados do século XX, por pesquisadores repre- sentantes da chamada escola de efeitos midiáticos de Columbia. Esses pesquisadores empoderaram a comunicação interpessoal dando a ela mais poder para mudar as crenças das pessoas, en- quanto os meios de comunicação de massa foram considerados
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