Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Circulação e transformações dos discursos jornalísticos 101 landscapes draw attention to mutations of circulation among discursive practices that go beyond the operations of their interface. Keywords: Mediatization. Transformations of circulation. Jour- nalistic discourses. I - Nota introdutória O tema da circulação reaparece nas primeiras décadas do século XXI, tendo como cenário a complexificação dos pro - cessos de midiatização. É objeto do ensino, de dissertações e teses, de eventos nacionais e internacionais, de grupos de traba- lho de sociedades científicas, como é o caso da COMPÓS 2 , além de estar presente nos bancos de dados acadêmicos nacionais e internacionais. De algum modo, são relançadas neste contexto ques - tões sobre a circulação que foram apontadas inicialmente na extensa obra de Eliseo Verón, no transcurso dos seus pioneiros estudos empírico-conceituais, já a partir da década de 70 do sé- culo passado, e, em seguida, em pesquisas nas quais lança sobre ela novas hipóteses sobre suas manifestações (VERÓN, 1978; 1989; 2004; 2013). Pode-se dizer que, por algum tempo, o semiólogo ar- gentino foi um investigador solitário sobre o conceito, fazendo- -se acompanhar apenas por interlocutores que se constituíram em referências centrais de sua obra, como Peirce, Marx, Lévi- Strauss, Bateson. Deles extraiu referências que apontaram a co - municação a partir de uma matriz relacional e que repercutem no trabalho que faz sobre o conceito de circulação como uma referência central na produção de estudos empírico-analíticos. Muitos destes dados estão referidos na bibliografia abaixo, es - pecialmente aqueles sobre as condições de funcionamento do discurso jornalístico. A discussão sobre o conceito se faz, nos últimos anos, no campo científico-acadêmico, onde são feitos primeiros balan - 2 Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – Grupo de Trabalho ‘Recepção, circulação e usos sociais das mídias’; www.compos.org.br .