Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Circulação e transformações dos discursos jornalísticos 119 Situado em outro processo, devemos chamar atenção para um ato jornalístico que valoriza de outra forma o seu lugar de obser- vação, equidistante de relatos automatizados feitos geralmente em “políticas de interfaces” entre sistemas (jornalísticos/não jornalísticos), bem como a relação deste com algo que emana de outros circuitos de sentidos... V - Notas em conclusão Procuramos neste artigo mostrar as mutações da circulação sobre cenários jornalísticos, de modo específico, apontando situações e destacando seus efeitos sobre a natu- reza da atividade estrutural do jornalismo, de caráter media- cional. Apoiamo-nos em materiais que aparecem no contexto jornalístico brasileiro, ao longo destas duas primeiras déca- das, e em dados situados em pesquisas em desenvolvimento. Observamos pistas sobre a natureza e manifestações do traba- lho do processo circulatório em várias situações envolvendo o ato jornalístico. Salientamos aquelas em que o jornalista era situado como ator destacado em uma atividade voltada para a veiculação de fatos figurando como operador e vetor de ex - pansão de significados. Em tempos outros, chamava-se atenção para prática jornalística que apresentava outra dimensão me- diadora. Percebia que o trabalho da notícia requereria colocar em relação seu processo de reportar com saberes externos de outros campos. Fica claro que esta tentativa de desvendamento não é autônoma, pois passa por vários protocolos de mediação. O ‘res- gate’ da realidade implicaria lançar mão de processos de observa- ção, cujos trajetos mostram e complexificam a não autonomia do jornalismo e dos seus mediadores, particularmente, sua depen- dência de coenunciações. Seu trabalho estaria subordinado a fei- xes de relações e, nestas condições, ele operaria em conexão tácita commúltiplas dimensões dos processos circulatórios de sentidos. Complexidades posteriores fariam com que jornalistas passassem a lidar com um novo cenário no qual constatariam que realidades de relações e de fronteiras entre sistemas sociais diversos passariam a se constituir em novos balizadores do seu ato. Racionalidades destas articulações sistêmicas tratariam de

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