Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Discutindo a mediatização da política a partir do caso português 139 rem, terem desempenhado, ou virem a desempenhar, posições de topo na política nacional, como são os casos do já referido Marcelo Rebelo de Sousa, mas também de António Costa, José Sócrates e Pedro Santana Lopes. Se o segundo é o atual primei- ro-ministro de Portugal, os outros dois comentadores ocuparam previamente essa mesma função. Apesar de se verificar uma maior presença de co - mentadores oriundos da política, o espaço de opinião tem sido partilhado com jornalistas. Os dados agregados indicam que, entre 2000 e 2015, a presença de políticos e de jornalistas nos espaços de comentário nos noticiários generalistas tem com- binado modalidades distintas: partilha equitativa entre ambos (2000-2001), mais políticos do que jornalistas (2002-2011; 2013-2014) e mais jornalistas do que políticos (2012; 2015). De registar que, no conjunto dos canais, em nenhum ano en- contramos apenas jornalistas ou políticos a comentarem nos noticiários. No entanto, se olharmos para cada uma das emisso- ras em particular, encontramos nuances que sugerem diferen- tes estratégias de gestão do espaço de comentário. Durante 15 anos, a RTP1 teve exclusivamente comentadores provenientes da política para, em 2015, mudar radicalmente de rumo: nesse ano encontramos apenas jornalistas como comentadores fixos, sendo a presença no noticiário definida não por uma qualquer periodicidade, mas pelos temas em agenda. Na TVI, a distribuição do comentário pelos dois per- fis referidos tem também combinado modalidades distintas ao longo do tempo: partilha equitativa entre jornalistas e políticos (2000-2004; 2012-2014), apenas jornalistas (2005-2009), mais políticos do que jornalistas (2010-2011), e apenas políticos (desde 2015). A SIC começou por ter exclusivamente comenta - dores provenientes da política (2003-2004), para depois contar apenas com comentadores oriundos do jornalismo (2010-2012) e, finalmente, passar a repartir o espaço de opinião entre ambos (a partir de 2013).

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