Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Ana Paula da Rosa 212 Ghouta Oriental não foi um ataque transmitido ao vivo pelos meios, mas os resgates das vítimas ganharam ampla repercus- são, principalmente os produzidos pelos chamados Capacetes Brancos ou membros da Syria Civil Defense . Os vídeos e fotogra- fias produzidos pela instituição não midiática e disponibilizados via Twitter 7 foram tragados para o sistema midiático canônico quando um resgate de uma criança foi acompanhado minuto a minuto (figura 1). Figura 1 – Imagem de Capacete Branco retirando criança de escombros Fonte: Postagem Twitter White Helmets. Observam-se nesta produção, aparentemente amado- ra, lógicas de midiatização balizadas por lógicas midiáticas e que implicam novas operações. Tem-se aí o que entendemos, clara- mente, por operações: a) os Capacetes Brancos optam por efe- tuar, eles próprios, os registros dos acontecimentos, passando a tentar gerir o sentido do publicado; b) um voluntário é desig- nado para ser não o agente do resgate, mas o agente da captura imagética. A este “profissional integrado” é dado o direito de não intervir na cena, mas de registrá-la, tendo ele claros domínios de enquadramento e movimentos de câmera. c) As imagens são fei- 7 https://twitter.com/SyriaCivilDef . Página de mobilização dos Capacetes Brancos.

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