Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Redes sociais digitais e sistemas de relações 253 Uma das características das novas tecnologias é jus- tamente oferecer espaço de compartilhamento para interações muito diferenciadas. Não são especializadas . Em certo sentido, são códigos parcialmente vazios – ou seja, podem ser preenchi- dos por uma variedade muito grande de conteúdos, de ações, de estratégias, podem servir a diferentes objetivos, desafios, en - frentamentos e urgências. A imbricação entre os modos de interação e de enca- minhamento de todas as questões sociais é tão intensa que os processos e as experiências de midiatização podem ser apro- ximados como sintomas para sondar e apreender a sociedade. Paralelamente, uma percepção sobre as questões sociais, em diferentes aspectos, nos informa sobre os sentidos e encami- nhamentos dados em circulações ativadas com recurso às novas tecnologias. Com base nessas proposições, entendemos que o estu- do de redes sociais digitais pede uma analítica dos sistemas de relações aí desenvolvidos, mais que uma observação restrita às tecnologias. 2. Diversidade No que se refere à midiatização e à presença, aí, das redes sociais digitais, constatamos uma grande diversificação de processos, demarcada por características como estas: • Surgimento de uma variedade de mídias so- ciais e particularmente de aparatos midiáticos – Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, blogs, WhatsApp, Spotify, etc. • Percepção ampliada de uma diversidade de redes sociais, que surgem ou simplesmente se tornam perceptíveis em um ambiente digitalizado. • Constatação de que todas as instâncias sociais são atravessadas por redes digitais. • Ocorrência de modificações processuais variadas em redes sociais já existentes antes das tecnologias digitais, pelo desenvolvimento de experiências de

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