Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

José Luiz Braga 254 acionamento tecnológico buscando desenvolver suas táticas e objetivos. • Florescimento de demandas e propostas que antes não chegavam a manifestar-se em rede, e que veem aparecer uma possibilidade de expressão e de exis - tência perante o olhar público. • Diversidade, também, na qualidade dos resultados de tais experiências, que se apresentam no âmbi - to de uma cultura digital – e que vão do estimu- lante ao desastroso, passando pelo simplesmente inoperante. Em todos os setores da sociedade, a percepção de exis - tência de recursos tecnológicos inexplorados estimula compe - tências inventivas e inferenciais da espécie humana na direção de “tentar fazer alguma coisa com isso” em favor de seus interes- ses. Em consequência, o setor político, a indústria, a educação em todos os níveis, as atividades comerciais, a produção inte- lectual e artística, o entretenimento, o jornalismo e as habituais profissões da comunicação – todas as instituições, todos os cam - pos sociais passam a enfrentar ocorrências não habituais, para as quais não dispõem de regulações práticas estabelecidas. Esses processos (dadas as características tecnológicas postas em ação e a inexperiência social com tais estratégias ten- tativas) fazem as redes sociais, de quaisquer tipos, anteriores ou novas, extravasar suas próprias fronteiras previstas – em modo intencionado, ou não. Mesmo quando intencionado – ou moti- vado justamente por essa busca de ampliação de alcance –, não há controle do efetivo alcance nem dos modos pelos quais essa ultrapassagem se realiza. 3. Analítica x explicações gerais Correlatamente aos processos em sociedade, desenvol- ve-se o interesse acadêmico e multiplicam-se teorias explicati - vas, buscando apreender teoricamente a cacofonia decorrente da profusão de objetivos e táticas. Com isso, as redes são estuda- das por diversos ângulos:

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