Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Redes sociais digitais e sistemas de relações 263 campos sociais, abrem possibilidade para expe - riências socialmente ricas, mas também dão mar- gem a equívocos e riscos incontroláveis. • O espalhamento de ações possíveis e das origens de iniciativa – que produz uma ampliação de liber- dades – se acompanha, por outro lado, de formas de controle e regulação antes inexistentes ou des - necessárias – potencialidades de vigilância exacer - badas, ampliação das estatísticas instantâneas das ações individuais e sociais as mais diversificadas, geração de dados em escala não diretamente aces- sível ao cidadão médio – que, entretanto, passa a ser interpretado, estimulado e direcionado com base em tais informações. • É ampliada também a possibilidade de cada um se tornar gerador de informações – ganhando a liberdade de participar diretamente da circulação social sem depender de ter sua expressão selecio - nada pelos setores produtores e sistematizadores de notícias. • Já como problema decorrente desse acesso e inicia- tivas generalizadas, e na ausência de sistemas cura- dores estabelecidos nesse nível, uma geração de fake news radicalmente diferente (em processos, alcance, origens e objetivos) do tradicional boato; de experimentações marginais; de processos de manipulação (social ou pessoal) com eventuais tor- ções à lei e mesmo ao estado de direito. • Estas ações, quando assumidas como tática de po- der político ou econômico, podem derivar riscos para o processo democrático. • A facilidade de articular em rede pessoas não re- lacionadas em espaços de vivência conectados por padrões múltiplos (estes permitem equilibrações mútuas, dosam diferenças, suavizam tensões, via- bilizam cooperações flexíveis) favorece a geração de sistemas de relações monocórdicas, em torno

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