Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Redes sociais digitais e sistemas de relações 267 Algumas perguntas gerais podem servir como questões de horizonte para a analítica proposta. Que urgências se eviden- ciam no sistema de relações que tentam se desenvolver? Como estas urgências se mostram em sintonia e/ou deslocamento com problemas mais habituais ou de mesmo ambiente social? Que objetivos principais se mostram presentes para os participantes, e como estes objetivos se sintonizam ou entram em conflito mú - tuo? Como se apresentam e se distinguem objetivos e interesses dos participantes, e o que possa ser considerado como objetivo do processo social (estabelecido, em deslocamento, em cons- trução ou imaginado)? O que os participantes (e o processo), na busca de arranjos articuladores, põem como expectativas rela - cionadas aos recursos tecnológicos acionados? Como estes re- cursos são exercidos, tensionados, que derivações e articulações são buscadas, na diversidade de recursos? Que ocorrências se manifestam na experimentação, como previsíveis, imprevisíveis, favorecedoras dos objetivos, redirecionadoras destes, geradoras de novos problemas, solicitadoras de continuado “preenchimen- to estratégico”? Que proto-lógicas são tentadas, com que grau de sucesso, com que possibilidade de generalização e validade para outras situações? Naturalmente, questões deste tipo são genéricas. Na pes- quisa, é preciso sempre especificar – para o objeto, para o caso, para a situação em estudo. Mas acreditamos que, no conjunto, indicam a reflexão desenvolvida no presente texto: para anali - sar e interpretar sistemas de relações em construção por redes digitais, mais que tentar dizer de imediato suas lógicas , trata- -se de perceber estratégias que se manifestam como processo interacional tentativo para gerar arranjos e encaminhamentos articuladores que venham a ter algum sentido comunicacional operante. Mais que estudar o já estabelecido, trata-se de investi- gar os processos de invenção social em que estão sendo criadas condições para a interação social. Referências BOURDIEU , Pierre. [1987]. Da regra às estratégias. In: Coisas di- tas . São Paulo: Brasiliense, 2004. p. 77-95.

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