Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Jairo Ferreira 286 ções, processos de retroação, um encadeamento de eventos in- teracionais, negativos ou positivos, que alimentam, conservam, produzem estabilidade, desequilíbrios qualitativos ou quantita- tivos, alimentados por reintroduções no “sistema recortado” de novas “informações” no circuito de interações, num processo de circularidade em fluxo, que capturam e mantêm atores, em di- versas posições institucionais, em interação. É evidente que uma etnografia exaustiva, mesmo num circuito reduzido, é de extre - ma complexidade (inclusive pela diversidade de formas-signos presentes – imagens, áudios, textos, corpos – nas interações, com toda a sua polifonia). Mas esse recorte é o primeiro movi- mento de articulação dos empíricos. O objeto, portanto, aqui se foca no desenho do circuito, como relações entre atores e luga- res institucionais. Trata-se de desenhar as “maquetes”: a) do sistema de produção conforme o (s) meio (s) em estudo; b) os usos sociais, de atores e instituições. A análise ampliada desses sistemas de produção e de recepção pode demandar investigação com os produtores e re- ceptores, com um roteiro de entrevistas já pontuado com a se- quência de indícios, em interações encadeadas, que considerem atores presentes no circuito definido pela pequena constelação de meios. Esse roteiro questionaria inclusive os papéis dos ato- res no circuito analisado, conforme comportamentos – aceitá- veis ou não pelos interagentes (incluindo relações entre ‘líderes’ institucionais, autonomias, etc.), inclusive sob a forma de confli - tos (tipo: quem é você para se comunicar assim?). Nesse sentido, o sistema de produção materializado, apresentado na forma de maquetes (diagramas), deve identifi - car, caso ocorram, algoritmos agenciadores de conteúdo, pro- gramação, indexação e interações. Com esses limites decorren - tes do objeto a ser visitado (os meios em pequena constelação), pode se abordar também a questão das relações horizontais, mi- nimização das diferenças, redução da rivalidade, busca de sime- trias interacionais, etc. por parte dos atores envolvidos quando em circuitos de produção e/ou recepção. Esse circuito, quando em redes digitais, é observado em interações e paradoxos da comunicação (não é possível não se comunicar, mas comunicar-se revela paradoxos), retroalimenta -

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