Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Jairo Ferreira 290 trajetórias incorporadas, que direcionam as interações para um forte processo de dispersão. *** Conectividade, ubiquidade e omnipresença Conectados, os indivíduos imersos nos circuitos pas- sam a viver a omnipresença, objetiva e subjetiva, tensionada pelos paradoxos da comunicação, incluindo o paradoxo de ser impossível não se comunicar e, perante os atos e em comuni- cação, manifestar sintomas psico-sócio-antropológicos relativos ao duplo vínculo que se revela nas interações. Essa é uma cate- goria relativamente estabilizada no campo da comunicação. Ela é uma nova convocação nos processos interacionais. Aforismas: Os sintomas não se constituem apenas em manifestações de patogêneses psicológicas, mas resultantes das promessas de que a interação e a comunicação resolverão os im- passes sociais, especialmente se ancoradas nas afinidades. Mas, aqui, a conectividade não é uma promessa. Ela incide sobre a impossibilidade de não se conectar. E, conectado, se integrar aos jogos dos paradoxos. *** Aldeamento, ampliação da escala e reformulação dos territórios O aldeamento em dispositivos configurados por meios em constelações produz territórios dentro do território e mudan- ças de escalas das interações, possibilitando pontos de fuga em relação aos territórios físicos. Reformulam-se, portanto, de forma contínua, os territórios anteriores. Essa categoria é central nos processos de midiatização, articulando-se com a própria recons- trução do tempo e espaço – de forma subjacente, os indivíduos, na forma de atores, passamos a viver o desconhecido deslocamento. Aforisma: A possibilidade de sair dos territórios físicos, compostos por uma multiplicidade de habitus , típica das clas- ses e classificações sociais, e navegar em aldeias de afinidades, são pontos de fugas relativamente aos dispositivos territoriais. Navega-se no “cosmo” das redes, em outros tempos e espaços, de afinidades prometidas. ***

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