Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Análise geracional e mudança social midiatizada 73 E o termo “meios”, aqui, significa todas as formas de tecnologias da comunicação (telégrafo, fotografia, etc.). Os proponentes atuais desta perspectiva incluem James Carey, Kjell Nowak, Ulf Hannerz, Friedrich Krotz, Andreas Hepp e Nick Couldry. Nesta perspectiva, os meios sempre estiveram en- trelaçados com a atividade humana – a construção do estado, a formação cultural, etc. Neste sentido, parece razoável incluir textos antigos como a Epopeia de Gilgamesh, de 4 mil anos de idade, de cerca de 2000 a. C.; as pinturas rupestres na caverna em Altamira, ainda mais antigas, de cerca de 15 mil anos, e tex - tos e tecnologias posteriores ao longo da história. Os meios de comunicação não são enfatizados em termos de causalidade, mas como ferramentas para unir as pessoas, compartilhar, co- municar, e sua marca é o arquivo, a totalidade do conhecimen- to humano, institucionalizado, por exemplo, na biblioteca. Em resumo, ela inclui a soma da expressão humana, uma vez que a prática humana resulta em textos, coisas e práticas, mas sob condições, restrições e estruturas definidas por outros: Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aque- las com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cé- rebro dos vivos. (MARX, 1852/1995). Nesta famosa citação de Karl Marx, as condições para a atividade humana são descritas como uma série de ações que acontecem no âmbito das pessoas que nos precederam. Isto me leva de volta ao tema das gerações. III – Gerações nos cenários da mídia Teoricamente, há dois tipos de abordagens geracionais, que produzem dois tipos de pertencimento ou “senso de nós” (BUDE, 1997; CORSTEN, 1999) – a geração como parentesco, se - guindo a pesquisa de Margaret Mead (1970) sobre as lacunas geracionais e a teoria de Karl Mannheim (1928/1952) sobre a

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