Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Análise geracional e mudança social midiatizada 75 usar determinadas tecnologias midiáticas ou evitar conteúdos midiáticos específicos. Contudo, também as tecnologias e os conteúdos evitados terão um impacto em suas vidas, uma vez que – como Marshall McLuhan (1964) apontou, já nos anos 60, “o meio é a mensagem”, e também as pessoas que não usam smartphones são afetadas pelo fato de que eles existem. Figura 2. Cenário midiático da Suécia e da Estônia com quatro trajetórias geracionais tentativas. Figura do autor. A estrutura tecnológica e semiótica do cenário midiáti- co é a estrutura em relação à qual nós agimos. É uma estrutura que é formada pelas gerações anteriores que, por sua vez, cres- ceram no cenário formado pelos seus antecessores. As pessoas que nascem neste cenário atuam nele de acordo com o modo como percebem sua estrutura, e sua ação, por sua vez, irá im- pactá-lo, criando uma nova estrutura para as coortes vindouras. As quatro linhas na figura 2 representam quatro ge- rações ou coortes tentativas que foram entrevistadas na Suécia e na Estônia – um país vizinho à Suécia, do outro lado do Mar Báltico. Embora os dois países sejam vizinhos, eles têm histó- rias bastante diferentes. A Suécia é uma democracia de longa data que se manteve neutra durante a Segunda Guerra Mundial, o que significou uma indústria intacta e uma população menos traumatizada, se comparada com seus vizinhos, que foram todos ocupados e onde a guerra se desenrolou de uma maneira muito manifesta. A razão para escolher estes países, então, baseou-se na crença de que as experiências geracionais difeririam – espe -

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