Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Göran Bolin 78 A experiência geracional é ilustrada pelo fato de os par- ticipantes confirmarem mutuamente as lembranças e experiên - cias de cada um, mais explicitamente no “sim, sim” de Tomas ao final. E embora isto seja provocado pela situação de entrevista, não há dúvida de que os participantes vivenciaram isto e se re- conhecem como uma geração na confirmação por parte dos ou - tros participantes. Se a citação acima ilustra a geração como formação so- cial, isto é, como o “senso de nós” produzido na interação social, a geração é, também, formada no que pode ser chamado de “sen- so de eles”, onde a pessoa diferencia a si e aos seus contempo- râneos de outras gerações. Em nosso material de entrevistas há muitos exemplos destes, e mesmo as pessoas que são bastante jovens se diferenciam das que são ainda mais jovens, como se pode ver na citação abaixo: Nossa geração parece ter muitas semelhanças em seu uso de mídia. Quando você olha para pessoas que são 10-15 anos mais jovens, elas são muitas vezes mais superficiais. É um outro mundo, na verdade. (Grupo focal, nascidos en- tre 1978-1980). Contudo, ele também atua na direção oposta, ao distan- ciar a pessoa das gerações mais velhas: Arne: Bem, foi o mesmo com a TV. Muitas [pes- soas mais velhas] pensavam que o sinal de TV vinha através da tomada. Entrevistador: Através do cabo de alimentação? Arne: [Rindo] Sim, pelo cabo de alimentação. Elas não podiam imaginar que as imagens vinham pelo ar... (Grupo focal, nascidos entre 1940-1945). A citação mostra claramente como Arne está se distan- ciando das gerações mais velhas, que ele acha que não estavam atualizadas com o desenvolvimento tecnológico. Esta parte da entrevista também consiste em diversas histórias como esta, em

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