Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

A dimensão industrial da midiatização: investigação do ponto de vista das indústrias culturais 93 reprodução técnica e marketing . O modelo de negócios, neste caso, é muito semelhante a qualquer produto digital em rede e se baseia principalmente na venda de dados sobre usuários a agregadores de publicidade. O modelo também implica grande parte da mão de obra digital (uma grande quantidade de traba- lho não remunerado feito pelos próprios usuários gratuitamen- te) (FUCHS, 2015). A avaliação por pares, a orientação (men- toria) e outros métodos de auto-organização dos participantes de cursos on-line são elementos desse trabalho digital. Como as plataformas são responsáveis ​pela distribuição, elas formatam o trabalho criativo do professor impondo um formato determina- do (número de semanas, divisão de aulas expositivas nas partes curtas). Mudanças corporativas A complexidade do relacionamento entre diferentes segmentos e ramos da economia e da indústria da comunicação está bem descrita (ARSENAULT; CASTELLS, 2008). Mas o que é importante é a dinâmica do poder do mercado. Assim, durante a década de 1990, as empresas da indústria midiática e cultu - ral foram muito mais adquiridas pelo segmento de equipamen- tos eletrônicos. Desta forma, em 1990, a Matsushita adquiriu o Universal Studios; em 1989, a Sony adquiriu a Columbia e, em 2005, concluiu sua expansão ao absorver a MGM (Metro- Goldwyn-Mayer). Mais tarde, nos anos 2000, foi a vez das em - presas de telecomunicações se associarem ao campo da cultura e da mídia. Esse foi o caso da AOL (America Online – com a cria- ção da AOL-Time Warner) e da Time Warner, com a criação da TW Cable (Time Warner Cable) e a aquisição da NBC-Universal (National Broadcasting Company-Universal) pela Comcast. Mas, nos últimos anos, podemos ver um aumento do poder corporativo dos oligopólios da Internet muito ativos no campo da educação. Na verdade, quase todos os cinco principais oligopólios da Internet fornecem serviços de educação on-line e detêm ativos nesse segmento. A Microsoft controla sua pró- pria plataforma de cursos e serviços on-line para professores que desenvolvem habilidades digitais nas escolas. A Amazon

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