A mentalidade métrica: a vida social em cenários midiáticos datificados 111 forma, podemos estudar as mentalidades das pessoas através da análise de como esses indivíduos valorizam as relações sociais, ou seja, o modo como elas expressam suas orientações de valor. Obviamente, também podemos estudar a mentalidade das pessoas com base em como elas atuam, mas precisamos combinar a observação da ação social com as motivações das pessoas para essas açõ P e o s. de-se dizer, então, que uma mentalidade está relacionada com um habitus individual: o conjunto de disposições duradouras para agir no mundo, adquirido ao longo da vida através da educação formal e informal e, mais genericamente, das experiências sociais (BOURDIEU, 1980/1992). Estas dis- posições são, em si mesmas, baseadas em distinções, classifi- cações dos outros no espaço social (BOURDIEU, 1979/1989), semelhantemente ao argumento de Lévi-Strauss (1962/1983) de que a ação humana se baseia em classificações. Contudo, nós teorizamos a mentalidade como uma disposição mais maleável se comparada ao habitus; mais fraca e mais flexível em relação às mudanças nas condições sociais. Assim, esta é uma abordagem sociológica ou antropológica (e não psicológica) para estu- dar as formas nas quais as métricas impactam as mentalidades das pessoas. Mas os problemas epistemológicos do estudo tanto da mentalidade quanto do habitus são os mesmos: precisamos combinar o estudo da ação com o estudo da atitude e da incli- nação. Na próxima seção, daremos alguns exemplos de como a métrica pode ser estudada. 2. As expressões das mentalidades métricas Se as métricas compõem o ambiente no qual vivemos e estão integradas e naturalizadas em nossas vidas cotidianas, como elas podem ser pesquisadas? Como podemos explorar a forma com que as mentes dos usuários das redes se direcionam para as métricas, e como podemos saber qual comportamento se deve às métricas? Uma forma de estudar isto consiste em conscientizar os usuários das redes sociais sobre as métricas para prepará-los para pensar em seu papel na vida cotidiana, por exemplo, pela manipulação de interfaces de redes sociais.
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