Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

Jairo Ferreira 220 a complexidade da lógica de Peirce, fazendo-a uma abordagem linear. As matrizes sistematizadas por Walter-Bensen (2000) desenham esta complexidade, ao colocar as relações de linhas e colunas sucessivas, em díades, tríades e assim por diante. A primeira derivada é conhecida: Ícone Índice símbolo ícone 1.1 1.2 1.3 índice 2.1 2.2 2.3 símbolo 3.1 3.2 3.3 Não existindo em estado “puro”, as categorias de partida devem ser consideradas abstrações, mas ao mesmo tempo concretizáveis em pensamento, no processo de análise. O pro- blema é que, sendo matrizes abissais, implicam deslocamento infinito de categorias possíveis e potenciais. Isso tem, como de- rivada epistemológica e analítica, o seguinte: é impossível esgo- tar os sentidos de um fenômeno, pois sempre haverá categoria posterior que pode revelar outro sentido do signo. Há um limite, social e individual, que parece convocar, na imersão nessa abis- salidade, os sonhos, a arte, a meditação e religiosidades ditas primitivas. Há, portanto, um limite histórico que se refere aos avanços epistemológicos da espécie. Ao mesmo tempo, há res- trições aos avanços epistemológicos que são relativos às crenças (de dominados e dominantes). A crença de autoridade não é a única: Peirce (CP, 5.377-5.387) descreveu quatro méto- dos de fixação das crenças; criticou três e defen- deu um. Na Tenacidade, uma pessoa mantém o que acredita simplesmente porque acredita, como uma fixação de força bruta. É um método de eficá- cia limitada, pois tende a ser perturbado pela opinião dos outros em desacordo, e essa interferência social enfraquece o método. Procurando ser uma resposta a essa dificuldade, no método seguinte, o da Autoridade, uma crença transferida a partir de um ponto de maior influência (como um governo ou uma religião, por exemplo) é uma garantia de acordo entre muitos indivíduos da sociedade. Mas

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