A criação de uma mentalidade crítica. 239 nadas habilidades e capacidades individuais sobre como usar e se engajar, agir e realizar, com a ajuda de várias formas de mídia (BUCKINGHAM, 2019). Muitas vezes, e cada vez mais, esta com- plexidade se reduz a questões de mídia enquanto mensagens, conteúdo de mídia, principalmente com foco na desinformação e fake news, o que envolve muitas partes diferentes, em nível nacional e transnacional (UE, UNESCO, etc.). Além disso, as corporações e os gigantes de mídia das plataformas também estão envolvidos, dirigindo-se, principalmente, a professores e alunos no ensino obrigatório. No entanto, a longa tradição de letramento midiático (cf. CARLSSON, 2019) também inclui entendimentos sobre a mí- dia como ambiente e como uma ecologia que permite a comunicação humana, a consciência, o conhecimento (por exemplo, McLuhan, Postman). O movimento de letramento midiático tam- bém abriga abordagens marxistas e críticas (KELLNER; SHARE, 2019), bem como tentativas de desenvolver a alfabetização mi- diática cívica (MIHAILIDIS, 2018). Educação e midiatização sem- pre estiveram conectadas (BREITER, 2014; KROTZ, 2014). Uma dimensão desse projeto incompleto de letramento midiático (MCDOUGAL, 2016) é a constante discussão sobre como definir mídia e como definir letramento (POTTER, 2004). A discussão é perpétua, pois as tecnologias, instituições e lógicas da “mídia” estão em constante mudança, e tem havido inúmeras sugestões para a implementação de novos conceitos para abranger essas mudanças: letramento digital, letramento computacional, novos letramentos, multiletramento, letramento informacional, transletramento, metaletramento, letramento dinâmico, letramento infraestrutural, letramento ecomedia, letramento cívico, etc. Contudo, neste artigo, quero usar o letramento midiá- tico como um conceito sensibilizador para discutir o papel da crítica no ensino superior, com foco na educação midiática. De acordo com Hepp (2020), a midiatização profunda sugere que o processo de midiatização de longo prazo entrou em uma nova era devido à IA e outras coisas2. Ainda assim, ele sugere que a 2 Hepp (2020) descreve a midiatização como uma “força moldadora” e como um sistema de sistemas que conecta a agência na vida cotidiana com diferentes ins- tituições. O termo não se refere ao ato concreto de mediação. Tampouco se preocupa com formas específicas de conteúdo e efeito da mídia. Em vez disso, aborda
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