Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

A criação de uma mentalidade crítica. 247 tico ao “espírito da filosofia” (HANSCOMB, 2017, p. 13), “aos julgamentos reflexivos intencionais e autorreguladores” (DWYER, 2017, p. 4) e a técnicas para a análise e avaliação do pensamento visando melhorá-lo (PAUL; ELDER, 2014). Isso também significa que o pensamento crítico pode ser, potencialmente, um “inimigo do status quo injustificável” (ibid., p. 18). Diz respeito, ainda, à solução de problemas através do pensamento flexível, que é efe- tuado através do esclarecimento do problema, do encontro de novos ângulos de análise, do pensamento não ortodoxo (pensar fora da caixa) e da criatividade (pensar dentro da caixa). O pen- samento crítico também pode ser desenvolvido e manifestado através de habilidades retóricas. Outra dimensão que Barnett (1997) associa ao pensamento crítico é a de dev r e moral e a busca de ações consensuais e corretas que tenham consequên- cias positivas (BARNETT, 1997). No entanto, antes de tudo, especialmente num contex- to acadêmico, o pensamento crítico deve ser sobre o pensamento crítico epistêmico (BARNETT, 1997). Isso significa competência disciplinar, julgamentos independentes e certos modos de inves- tigação. Barnett também aponta o pensamento crítico como uma forma de conhecimento prático onde se deve ser capaz de “pen- sar por si mesmo”. Essa parte prática também inclui habilidades retóricas e a capacidade de participar de conversas (críticas) em um departamento e num determinado campo acadêmico. Além disso, Barnett aponta o pensamento crítico como forma de engajamento político, o que significa que a ordenação de estudos superiores deve ter como objetivo conscientizar os alunos sobre a sociedade e os desafios que os (outros) cidadãos estão enfrentando. Um quarto aspecto do pensamento crítico que Barnett apresenta é o pensamento crítico como uma reforma corporativa. Aqui, ele está se referindo ao crescente interesse pelo pen- samento crítico que vem do mundo corporativo, ainda que mais para fins estratégicos e comerciais do que ideais intelectuais e reflexivos. Em outras palavras, o pensamento crítico pode ser usado para diferentes propósitos, por diferentes agentes, em di- ferentes contextos. Existem também diferentes “tribos” (nacionais, corporativas, acadêmicas, subculturais, políticas) com suas normas e habitus, valores e territórios, para o que está sendo reconhecido como pensamento crítico.

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