Michael Forsman 248 Há também discussões sobre uma predisposição crítica. Para tornar-se um pensador crítico, é necessária uma atitude crítica bem-humorada e baseada na curiosidade e no interesse pessoal, na persistência e na flexibilidade, as quais deveriam ser associadas ao desejo de participar, desenvolver e ser responsá- vel. Isso oferece ao sujeito a competência para detectar e evi- tar raciocínios falaciosos, realizar a análise dedutiva e indutiva, bem como determinações cuidadosas e deliberadas sobre o que aceitar, rejeitar ou suspender. Observemos agora como Barnett (1997) e outros autores descrevem e imaginam o pensador crítico ideal O . pensador crítico está focado em indagações e é per- sistente em sua busca por dados e resultados válidos. O pensador crítico é bem-informado e confiável quanto ao seu raciocínio, imparcial em suas avaliações e prudente em seus julgamentos. O pensador crítico tem a mente aberta e flexível, é imaginativo e criativo, mas também organizado e sensato (FACIONE, 1990). O pensador crítico ideal é habitualmente inquisidor e detecta e reforma, honestamente, quaisquer preconceitos ou limitações pessoais que impeçam uma maneira verdadeiramente racional e clara de pensar e está disposto a reconsiderar quando há prova de que está equivocado (PAUL, 1993). Como podemos ver, a discussão sobre o pensador crítico se estende da ontologia à psicolo- gia, das capacidades individuais às sociais. Aqui, Barnett enfatiza a importância da existência de um espaço crítico para o cultivo do pensador crítico; o pensamento crítico é um processo social em que as ideias e revisões autocríticas são refletidas e desenvolvidas à luz de outras perspectivas e vozes (cf. BROOKFIELD, 2012). Esse ideal fala de um sujeito aprendiz autossuficiente que vive uma vida “livre do controle injustificado e indesejável de crenças injustificáveis” (SIEGEL, 1988, p. 58). Contudo, para Barnett, o aspecto principal com o pensador crítico (e com o pensamento crítico) é que existem objetos (proposições, teo- rias) que estão conectados a um sistema de conhecimento (por exemplo, estudos de mídia). Barnett também comenta que o su- jeito crítico é alguém que conhece e está disposto a se engajar criticamente com o mundo externo, com sistemas de conhecimento e consigo mesmo, já que o pensamento crítico deveria se apresentar no mundo externo por meio da ação crítica. Com
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