Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

A criação de uma mentalidade crítica. 255 direita, déspotas autoritários; isso quer dizer que as implicações de uma consciência crítica verdadeira devem ser retomadas, tendo como base a esperança, e não o ódio, a libertação, e não a opressã E o m . segundo lugar, a tendência é a de que os formuladores de políticas, as corporações de mídia e os gigantes das plata- formas assumam a definição da dimensão crítica de letramento midiático E . m terceiro lugar, o ideal damentalidade crítica é, inevitavelmente, desafiado pelas novas gerações (de mídias) (BOLIN, 2017) que foram qualificadas, socializadas e subjetivadas (BIES- TA, 2010) em outra forma de ambiente midiático, se comparado ao de seus professores. A ideia não é estabelecer um status quo para o pensamento e a ação críticos, pelo contrário. No entanto, a forma concentrada do pensamento crítico, descrita acima, com referência ao Movimento de Pensamento Crítico (CTM), com suas técnicas bastante estritas sobre como argumentar e pensar, oferece pouco espaço para a política identitária, sentimentos de ofensa, cancelamento de argumentos, se eles são racionais e ló- gicos. Essa cultura da crítica pode também parecer distante da experiência individual de estar engajado em redes personalizadas on-line: ter opinião, tirar selfies, fazer comentários, avaliar. A experiência educacional (pelo menos na Suécia) na educação obrigatória também diz respeito a ser certificado e empoderado em sua “voz” (opiniões, experiências, atitudes). Ainda, de tem- pos em tempos, na sala de seminários ou durante o estágio, o ideal de participação e confirmação pessoal pode se chocar com ideais universitários mais severos de uma “vida examinada” que se espera que seja habitualmente inquisitiva e, honestamente, detecte e reforme quaisquer preconceitos e limitações pessoais que se oponham a uma forma de pensar racional e clara e sem- pre disposta a reconsiderar quando tenha comprovação de estar errada (PAUL, 1993). Em quarto lugar, a mentalidade crítica é desafiada por aquilo que o filósofo educacional Gert Biesta (2005, 2010) chama de “learnification”. Ele usa esse conceito para designar os amplos desafios do quadro social, político e teórico da educação do sé- culo XXI e a tendência de que o sistema mude de uma discussão sobre o ensino e professores ou currículo e programa de estu-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz